A questão ambiental vem sendo considerada cada vez mais urgente e importante para a sociedade, pois o futuro da humanidade depende da relação estabelecida entre a natureza e o uso pelo homem dos recursos naturais disponíveis.
Enquanto o ambiente passa por uma crise, a humanidade vive outra, ainda mais séria: um conflito de valores, que pode definir o futuro do planeta. Desde a revolução industrial no século 18, a visão do homem sobre o mundo mudou: ele deixou o papel de mero coadjuvante e passou a protagonista, com direito a dominar a natureza e utilizar seus recursos, como se este existisse apenas para satisfazer suas necessidades.
Para isso, esforços e sacrifícios seriam feitos, sem considerar o prejuízo á biodiversidade e ao meio ambiente, a vida de milhares de plantas e espécies, e tampouco a vida humana. O resultado desse direcionamento é a crise ambiental atual, que se manifesta furiosamente por meio de alterações de temperaturas, degelo polar, extinção de espécimes terrestres e marinhas, eventos climáticos como tsunamis, ciclones e furacões, tais eventos mostram claramente que a extração inescrupulosa precisa acabar o quanto antes.
A tecnologia empregada evoluiu rapidamente com conseqüências indesejáveis que se agravam com igual rapidez. A exploração dos recursos naturais passou a ser feita de forma demasiadamente intensa. Recursos não-renováveis, como o petróleo, ameaçam escassear. De onde se retirava uma árvore, agora retiram-se centenas. Onde moravam algumas famílias, consumindo alguma água e produzindo poucos detritos, agora moram milhões de famílias, exigindo imensos mananciais e gerando por dia toneladas de lixo, maiores que a capacidade de renovação do planeta, provocando a poluição das águas, doenças... Essas diferenças são determinantes para a degradação do meio onde se insere o homem. Sistemas inteiros de vida vegetal e animal são tirados de seu equilíbrio. E a riqueza, gerada num modelo econômico que propicia a concentração da renda, não impede o crescimento da miséria e da fome.
Algumas das conseqüências indesejáveis desse tipo de ação humana são, por exemplo, o esgotamento do solo, a contaminação da água e a crescente violência nos centros urbanos.
A humanidade se tornou industrial, o resultado é que a atmosfera que cerca o planeta tem se tornado cada vez mais carregada de gases vindos de fábricas e carros. Além disso, o desmatamento das florestas e a construção de cidades com pouco verde e muito concreto também contribuem para atrapalhar o clima.
Inúmeras são as previsões relativas á escassez de água, em consequência do uso irracional, reservas naturais de água estão sendo poluídos por indústrias e esgotos domésticos.
Na escola é possível trabalhar com o objetivo de mostrar aos educandos que toda ação e atitude com o meio ambiente pode gerar um impacto positivo ou negativo, enfatizando que apesar do tamanho do universo, a terra é o único planeta do qual se tem notícia que disponibiliza condições para que a vida exista e prospere. A temperatura, o ar, a água são os principais fatores que possibilitam que possamos viver aqui, é necessário conscientizar as futuras gerações para que tenham mais respeito com o meio ambiente, pequenas ações e atitudes no dia-a-dia podem fazer grande diferença.
Os bens da Terra é patrimônio de toda a humanidade. Seu uso deve estar sujeito a regras de respeito às condições básicas da vida no mundo, dentre elas a qualidade de vida de quantos dependam desses bens e do espaço do entorno em que eles são extraídos ou processados.
Deve-se cuidar, portanto, para que esse uso pelos seres humanos seja conservativo, isto é, que gere o menor impacto possível e respeite as condições de sustentabilidade, de máxima renovabilidade possível dos recursos.
Além disso, o maior bem-estar das pessoas não é diretamente proporcional à maior quantidade de bens que consomem. O atual modelo econômico estimula um consumo crescente e irresponsável de bens materiais, mas depara com a constatação de que há um limite para esse consumo que de fato condena a vida na Terra a uma rápida destruição.
A relação do homem com o meio ambiente, baseada no indesejável tripé do descomprometimento, inesgotabilidade e irresponsabilidade, poderá consumar as previsões mais catastróficas quanto a escassez dos recursos naturais, sobretudo da água, inviabilizando, dentro de poucos anos, a vida na terra. Portanto é fundamental a substituição por uma visão fundamentada nos princípios da sustentabilidade, racionalização e responsabilidade, dentro da qual somos parte integrante do meio ambiente e responsável pela proteção e pela elevação da qualidade de vida no planeta. A observação, a seleção a coleta de informações o envolvimento do aluno é também importante para que ele incorpore valores éticos.
Como se infere da visão aqui exposta, a principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem e atuarem na realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade, local e global. Para isso é necessário que, mais do que informações e conceitos, a escola se proponha a trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e a aprendizagem de habilidades e procedimentos do educando com o meio ambiente.
O ensino de Ciências deve ajudar o estudante a compreender o mundo em que ele vive, discutindo as relações do homem com a natureza e também contribuir para a formação de cidadãos conscientes, participativo, reflexivo e autônomos consciente de seus direitos e deveres.
Referências bibliográficas: Revista Nova Escola nº230 Ano 2011.